MONTE RORAIMA  – 10 de Fevereiro de 2018

UM MONTE DE PRESENTE!

O dia 10 de fevereiro nunca mais será igual. Neste dia comecei um dos maiores desafios da minha vida: Subir o Monte Roraima!

Depois de um briefing magnificamente preparado (Magnificamente nos lembra Magno, é claro!), partimos para Santa Elena de Uairén às 13h30. O roteiro previa uma noite na cidade venezuelana e, até então, tudo parecia uma expedição normal.

No dia 11/02 começava nossa maior aventura. Partimos cedinho para a Comunidade Indígena Paraitepuy de onde sairíamos para o primeiro acampamento. São aproximadamente 15 km de caminhada neste dia, mas a empolgação é tanta que a gente nem percebe! O momento é de contemplação e a cada passo dado o Monte está mais perto.

Chegando ao primeiro acampamento é hora do banho! Nossa senhora que água gelada! Ahhahah. Mas, depois do banho, parece que a vida fica mais leve os “puri-puri” nem incomodam tanto. O jantar é servido e a gente não sabe se canta, elogia ou glorifica de tão bom que é!

O segundo dia tem subida. Minha Nossa Senhora das Pernas Doloridas, quanta dificuldade. Mas a gente vence essa parte também, porque sabe que o Monte tá mais perto e ninguém quer deixar o grupo que cada vez mais se une. Agora começamos a nos identificar mais uns com os outros, suas dificuldades. O cansaço une, as pernas reclamam, o coração se solidariza e amizades eclodem.

O terceiro dia foi para mim o maior desafio. Atravessar o “paso de las lagrimas” quase me arrancou lágrimas devido o medo de altura, mas eu sobrevivi! Então, era chegado o grande momento, chegamos ao topo do Monte Roraima!
Chegado o alto, foi um verdadeiro UP, ALTAS AVENTURAS, só que sem a Narceja (pelo menos eu não vi! Hahahah). Cara, que lugar é aquele??? Nossa, dá vontade de acordar olhando aquela paisagem todos os dias. Os passeios maravilindos. A água das jacuzzis. As janelas. A nevoa. A vegetação e tudo mais.

Porém, além de toda a beleza do lugar, quero ressaltar outras belezas que só pude enxergar lá. Há belezas no Monte que não se enxerga com olhos, mas com o coração. Inicio pelo comprometimento dos guias Tensing e Xiosner (Schwarzenegger ou Suasnega para os mais íntimos). Esses dois ganharam o coração de todos. Tensing pelo profissionalismo e pela Wikipédia mental. Xiosner pela paciência, simpatia e capacidade de pegar as piadas no ar.

Conhecemos o casal Maria e Luiz, ambos carregadores juntamente com seus filhos. Maria e Luiz são índios Taurepang e duas criaturas maravilhosas. Só vivendo a experiência para ter noção do quanto é impactante suas realidades locais e mesmo assim todos os dias Luiz me cumprimentava com um sorriso e me chamava pelo nome, demonstrando que “turista” não é tudo igual e que importa realmente se estamos bem e felizes. Maria da mesma forma agia, assim como os demais carregadores.

Outro ponto importante foi o grupo de participantes da expedição. Paulistas, Cariocas, Gaúchos, Cearenses, Roraimenses, todos se mostrando pessoas. Simplesmente pessoas. Foi lindo perceber a igualdade entre todos na subida ao Monte. Foi apaixonante conhecer suas histórias, o que fazem da vida, os medos em comum, as risadas desgovernadas durante as reuniões na “varanda gourmet” da barraca que dividi com o amigo Claudio que mora num avião (só ele para explicar). Conhecer Marcia, a musa do Monte Roraima 2018, Daise, Ana, Carla, Paulo, Daniela, Elisa, Waldyr, Samoara (Dotôra esfomeada), Amilcar (um pai fantástico de uma filha super divertida) e Giovana (a filha super divertida) e minha amiga de infância que nunca nem vi, Ayana.

A expedição foi realmente fantástica e eu ganhei muito com isso. Ganhei enxergando que a vida é mais que um sinal de internet ou um celular conectado. Senti saudades é claro, mas dá pra viver sem! Não dá pra viver é sem as pessoas que a gente ama. A mãe, a família, a namorada de quem a gente fala toda vez que vai falar alguma coisa legal. Os bens materiais são poeira lá encima. Respirar se torna tão mais importante!

Por fim, já que eu falei demais, quero agradecer as duas pessoas responsáveis por esse tão grande presente: Magno e Lena. Vocês dois proporcionaram a um quase trintão vivenciar uma das experiências mais extraordinárias que alguém pode ter. Muito obrigado é uma pequena frase que nunca vai comportar toda a gratidão que tenho. Muito obrigado mesmo!

Então, eu venci o Monte Roraima ou o Monte me venceu?

Foto: Ayana Dantas

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