A origem da palavra RORAIMA vem da língua indígena pemon (taurepang), Roro-imã que significa monte verde azulado. Outro sentido atribuído à palavra é Serra do Caju, mas o nome do estado de Roraima, segundo os historiadores, é uma referencia ao Monte Roraima, uma formação da era pré-cambriana, uma época em que ainda não havia sido desenvolvido nenhuma forma de vida no planeta, e que hoje localiza-se a 2.875 metros de altitude.

Conta uma lenda dos índios Macuxi, referente ao imponente Monte Roraima, que no passado, não havia ali nenhuma elevação, não se encontrava nenhum planalto, as terras ali eram baixas, alagadiças, próprias para capivaras e aves aquáticas. Nas vizinhanças viviam diversas tribos indígenas, muito mais do que hoje vivem. A vida era paradisíaca. Muita caça, muita pesca, muitos frutos. O arco e flecha e a zarabatana garantiam a fartura.

Certo dia, porém, sem que os pajés pudessem explicar, nasceu nesse local, uma viçosa PARURU (bananeira), planta nunca vista naquelas paragens. Em pouco tempo, aquela árvore cresceu assustadoramente dando belos e incríveis frutos. Todos ficaram estarrecidos com aquilo, mas um aviso divino aos pajés proibiu que se tocasse na árvore ou nos seus frutos, alegando que se tratava de um ser sagrado. Se essas recomendações fossem desobedecidas, infinitas desgraças aconteceriam: a caça desapareceria, os frutos murchariam e a terra tomaria forma diferente. Ninguém, então, ousava tocá-los, eles eram sagrados e PAABA (Deus) não gostaria de ver sua determinação desrespeitada.

Ao alvorecer de um belo dia, as populações indígenas foram tomadas por indescritível surpresa. Alguém, quem não se sabia o nome, havia cortado criminosamente a bananeira e roubado o cacho precioso, cujas bananas estavam amareladas qual ouro do Quinô. Em poucos instantes a natureza protestou violentamente. Trovões e relâmpagos abalaram as populações espavoridas. As caças corriam para longe, as aves voavam alto em revoada e cantavam um canto triste de despedida.

Enquanto isto acontecia, desabava uma pesada chuva, e do centro da terra, tão baixo que era, começava a surgir, espetacularmente, o Majestoso Monte Roraima, alteando-se cada vez mais e mais, de modo assustador, ostentando um formoso diadema de nuvens, que até hoje lhe orna a fronde altaneira, no azul do infinito.

Através dos tempos, a natureza continua mostrando sua tristeza que é eterna e se consubstancia em perenes gotas d`água que vertem das pedras, das fissuras, das ravinas como se fossem lágrimas sentidas e, quando essas águas estão próximas ao esgotamento, Paaba faz baixar novas nuvens que sempre circundam o Monte Roraima.

Deste monte tão imponente, foi escolhido o nome para batizar esta terra tão altaneira, que é o ESTADO DE RORAIMA.

Sob o olhar dos imensos tepuis, a Terra evoluiu, mudou, moveu-se, esculpiu praias, montanhas e desertos, deslocou homens e impôs desafios. Anônima e eterna testemunha desta trajetória, o Monte Roraima é um lugar mágico onde o silêncio emite sons, as pedras se movimentam, a vida viaja num sopro de vento.

Dinossauros existem? Claro que sim. O Monte Roraima está lá para mostrar isso, pois num mundo onde os sonhos e a imaginação estão acima de qualquer suspeita, tudo é possível. Sozinho ou em grupo, trilhar os caminhos que levam ao topo do Monte Roraima é sempre uma aventura inesquecível, mas para que isso aconteça, é preciso alguns cuidados especiais e, sobretudo, um bom planejamento.

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